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Especial 10 anos / 2016
86
Comportamento do pai é
pontual na educação dos filhos
por Arilton Batista
A
no 9
Matéria publicada na edição 87
A psicologia, em termos gerais, já mostrou que o dita-
do “faça o que eu digo e não o que eu faço” não funciona
efetivamente na prática, principalmente quando está em
pauta a relação entre pais e filhos pequenos. A tendência,
principalmente antes dos quatro anos de idade, é que a
criança se espelhe no comportamento e nas atitudes dos
pais. Em suma, meninos imitam o pai; meninas, a mãe.
Ou seja, tanto pai quanto mãe deve ter em mente o tama-
nho da responsabilidade em se mostrar e ser uma boa pes-
soa, com valores e diretrizes exemplares. Sendo assim, a
possibilidade dos filhos se tornarem cidadãos com bom
caráter, educados, etc. é maior.
Com a evolução dos estudos nesse aspecto, mui-
to se comenta também sobre a atitude do pai em
beber ou fumar na presença dos filhos peque-
nos. Muita gente, fumante ou ex-fumante,
por exemplo, diz que, na infância, imitava
os pais simulando um cigarro com o lá-
pis na escola; outros seguravam o copo de
suco como se fosse uma lata de cerveja ou-
trora nas mãos do pai. O cientista político e
sociólogo da Universidade de Brasília Rócio
Barreto explica que, muitas vezes, por acredi-
tar não ter relevância, os adultos consomem ál-
cool na presença dos filhos e que isso pode, sim,
sugerir que eles se encaminhem também para o
consumo no futuro. “Os filhos são o espelho dos
pais. O beber social inicia muitas pessoas ao alco-
olismo. Temos que saber que a mesma cerveja não é
igual para todos. Para uns é apenas uma momento de
socialização, para outros é o início de uma dependên-
cia química. Enquanto não sabemos quem pode e quem
não pode, o mais viável é evitar. Não adianta pedir aos
filhos para não beberem, dizer que a bebida não faz bem,
e todos os finais de semana ir beber. Os filhos fazem o que
os pais fazem, e não o que eles falam”, comenta.
Essa identificação entre pais e filhos, porém, pode, em
determinada situação, variar de indivíduo para indivíduo.
Alguns filhos podem pender mais às atitudes das mães,
assim como as filhas podem seguir como exemplos os
comportamentos dos pais. Em outro cenário, pode haver
uma aversão quanto a isso, em que os filhos escolhem
fazer exatamente o contrário do que pais praticavam. O
psicólogo da Clínica de Cefaleia e Neurologia Dr. Edgard
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