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Agosto / 2014 - nº 87
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mesmo? Carinho não pode ser trocado por presentes. “A
presença é muito importante”, diz Quézia. Se envolver
com os filhos não se resume a levar um chocolate nofinal
do dia, ao voltar do trabalho.
3. Seja carinhoso
Muitos pais confundem masculinidade com falta de
afeto e evitam beijar e abraçar a criança. Essa falta não
pode ser excessiva: o pai pode e devemostrar o amor que
sente pelo filho. Segundo Cris Poli, é preciso haver uma
interação física com a criança também durante as brinca-
deiras. Às vezes o pai prefere não brincar de boneca com
as filhas, por exemplo, por ficar constrangido, mas é pre-
ciso se adaptar. E fazer brincadeiras com interação mais
pessoal – ficar somente no computador e no videogame
não é uma solução.Acriança precisa de afeto.
4. Não seja autoritário,mas tenha autoridade
Muitos homens confundem autoritarismo commascu-
linidadee se tornampaisque se impõepormeiodoberroe
da ameaça. Para o psicanalistaRubens deAguiarMaciel,
especialista em desenvolvimento humano e paternidade,
os pais devem evitar a imposição de regra pela regra. “É
muito prejudicial as crianças serem obrigadas a fazer isso
ou aquilo porque o paimandou, sem que haja alguma ex-
plicaçãomaior”, diz. A autoridade fica superficial, pois
aquela ordem não faz nenhum sentido para a criança.
Para Cris Poli, pais com perfil autoritário impedem
a criança de expressar sentimentos e pensamentos com
facilidade, pois ela não se sente respeitada. “Se um pai
é autoritário e se impõe pela força e pelo medo, acaba
inibindo a criança. Ela pode crescermais tímida e intro-
vertida, comdificuldadepara se expressar”, diz. Limites
devem ser construídos – e não impostos.
5. Não seja excessivamentepermissivo
Na contramão dos pais autoritários estão os pais
permissivos. Embora afetuosos, eles não se dispõem
a estabelecer limites para os filhos. E terminam sendo
ausentes. Segundo Cris Poli, os pais demasiadamente
permissivos deixam de se posicionar e preferem deixar
ofilho fazer tudooque quer. “É aquele pai que costuma
dizer: ‘vê com a suamãe’enunca toma as decisões”, diz
a “Supernanny”.
6. Seposicione comopai
ParaCris Poli, o erromais recorrente dos pais é não
tomar uma postura em relação à educaçãodos filhos. “A
ausência, a falta de posicionamento e de autoridade são
uma carência muito forte”, diz ela. Essa regra vale não
só para a hora de tomar decisões, mas também para os
afazeresmiúdos e os cuidados do dia a dia, como o ba-
nho, a comida e as brincadeiras. Até porque as modali-
dades dediversão e aprendizagemdamãe costumam ser
diferentes da do pai. “O lúdico é importante e deve vir
dos dois”, defendeQuézia.
7. Exija seu espaço
De acordo com apsicólogaCamilaGuedesHenn, do
Núcleo de Infância e Família (NUDIF) da Universida-
de Federal do Rio Grande do Sul, a mãe também deve
dar espaço para a entrada do pai na vida dos filhos. “Às
vezes elas não acreditammuito na capacidade do pai de
cuidar da criança, e é algoque nãopode acontecer”, diz.
A figura masculina também é importante e deve atuar
em colaboração com amãe, trocando opiniões sem que
um desautorize o outro.
8. Sejaumbom cidadão
Umbompai é tambémumbommaridoeumbomci-
dadão. De acordo com o psicanalista Rubens deAguiar
Maciel, todo o ambiente ao redor da criança influencia
na formaçãodelaeafiguradopai tambémconta. Paraos
filhos crescerem da melhor maneira possível, portanto,
os pais devem sermaduros emocionalmente. “Ohomem
e amulher precisam saber quais são os próprios valores
diante de uma sociedade quemuitas vezes os leva a co-
nhecer pouco sobre simesmos e a serem competitivos e
consumistas”, resume ele. “Para ser umbompai épreci-
so procurar, antes, ser um bom ser humano”, completa.
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