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Agosto / 2014 - nº 87
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Já foi o tempo em que a televisão era um dos poucos
meios de comunicação. Atualmente, com o movimento
tecnológico em total expansão, outras ferramentas e ve-
ículos também se tornaram referências como canais de
informação.Muitos outros foram criados ou implementa-
dos.Háo rádio, os jornais impressos, as revistas, osblogs;
as revistaseos jornaiseletrônicos–quepodem ser acessa-
dos pelo computador e no celular –, os chamados podcast
– arquivo de áudio digital –, web TV – que é a televisão
transmitidapela internet –e, por último, surgiram também
as redes sociais, que, decerta forma, podem ser considera-
das um instrumento de comunicação demassa.
O Facebook, por exemplo, é hoje noBrasil a rede so-
cial de maior sucesso e mais utilizada pelos usuários de
internet nopaís. Ele éhabitualmenteutilizado comoponte
direta entre empresas e clientes, levando e buscando in-
formações pertinentes para determinado setor, promoções
e publicidade.
Esse cenário abundanteda comunicação, porém, ainda
é lideradopelaTV, no sentidodeprestar serviçoà socieda-
de. É, diga-se, omeiodecomunicaçãomaispopular, junto
da internet, entre os brasileiros.
Sendo a preferência damaioria, aTV carrega natural-
mente consigo uma enorme responsabilidade, que é a de
alimentar a população com informações, além de servir
comoumaalternativadeentretenimentoe lazer paraas fa-
mílias.Apesar desse consenso sobre o papel da televisão,
hámuitas críticas em torno da postura principalmente das
emissoras abertas no Brasil, que, para muitos, oferecem
opções pobres em conteúdo.
Existe certo conflito entre os limites que permeiam os
índices de audiência e a forma de conquistar telespecta-
dores. Alguns programas utilizam como arma na corrida
pelo topo do ranking um conteúdo sensacionalista, com
apelo para a violência, sexo ou temas ainda considerados
socialmente como tabus.
Esse aspecto da TV aberta brasileira de dar uma ca-
racterística sensacionalista não é uma posturamoderna e,
sim, um aspecto do ser humano em se interessar por esse
tipo de conteúdo. SegundoCristianBoragan, psicanalista
ligado ao Instituto Integrado de Psicanálise (IIP), naVila
Mariana, em São Paulo, o limite entre a produção sensa-
cionalista para alavancar a audiência e a responsabilida-
de com a qualidade do serviço prestado ao telespectador
deve ser pautada pela própria sociedade, de acordo com
valores individuais de cada pessoa. “O sensacionalismo
explora aquilo que Freud chama de ‘pulsão de morte’,
aquele desejo que cada ser humano tem de ver cenas de
violência e destruição.A sociedade atual, com suas guer-
ras televisionadas, perseguições policiais ao vivo e etc.,
não é mais violenta que a do passado. Sensacionalismo,
espetáculo e violência sempre foi uma combinação que
deu certo, basta lembrarmos das praças lota-
das durante as decapitações dos nobres na
Revolução Francesa, por exemplo. Agora
esta violência não émais vista ao olho nu,
ela é televisionada e podemos assisti-la no
conforto do lar. Essa combinação sempre
existirá e sempre será uma tentação para a
TV e também para outras mídias. O exa-
gero deve ser coibido pela sociedade”, co-
mentaBoragan.
O estudanteAndréMantovani, 22, que
tem como preferência os programas espor-
tivos e documentários, diz que repudia a
programação sensacionalista e que, quando
possível, evita assistir com o princípio de
que não agregam valores intelectuais emo-
raisaoespectador. “Quandovejoprogramas
sensacionalistas trato de mudar de canal
rapidamente. No geral esses programas só
Éticaeaudiênciapautamos
valoresdo conteúdonaTV
D
estaque
porAriltonBatista
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