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Janeiro / 2015 - nº 92
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Férias !!!
Vai umamusiquinhaaí ???
Quem não se lembra de uma ou umas canções que
marcaram suas férias quer no campo, na praia ou mes-
mo em casa, no seuquarto, sozinhoou acompanhado?Na
verdade, é quase impossível que nunca um de nós tenha
passado por um período de férias sem vê-lomarcado por
uma canção e como sabemos, música é lembrança, é re-
cordação, é vida!
Me lembro de ter assistido a alguns bons filmes an-
tigos rodados no final dos anos 50 e início dos 60, onde
uma turmade jovens tinhaalgumas “sérias”preocupações
ou seja, curtir uma praia em volta de uma fogueira, um
violãoouumdaquelesvelhos tocadiscosdepilhas (eolhe
queelas aindanãoeram recarregáveis), rodandoumLPde
vinil, animandoos “bailecos”ouaspaqueras econquistas.
Não, não sou daqueles tempos, mas olhando algumas
revistas igualmente antigas, asmontadoras de carros nor-
te americanos se valiam dessas imagens paramostrar que
seus produtos eram jovens. Quem quiser estimular seus
dons de arqueologista (rs), basta buscar em um desses fa-
mosos buscadores, essas imagens e curtir um tempo que
ficou bastante distante.
Os da época demeus pais diziam inclusive que “amor
deSantosnão sobea serra”ou seja, queosnamorosnasci-
dos naquelas noites que hoje seriam equivalentes às bala-
das, nunca teriam continuidade após o términodoperíodo
de férias e que, por isso, não adiantaria achar ou ter espe-
ranças de que isso fosse apenas um ditado popular.
Acho, sinceramente, que esse ditado não corresponda
à realidade, pelomenos demaneira total!
Aliás, diz-se que foi graças a uma temporada de férias
nos anos80, queopresidentedaSony, giganteeletroeletrô-
nica que dispensamaiores apresentações, descansando em
uma tarde no Central Park, observava os garotos e garo-
tas deslizando com seus patins e “bolou” algoque tornasse
aquelespasseiosmaisagradáveis.Assimnasceuowalkman
que se tornaria uma verdadeira febremundial que acabaria
tendo continuidade através dos chamados discman quando
osCD’s aposentariamdevez asfitinhasK7.
Claro que amúsica continuaria a ser um dos principais
ingredientes ligados ao lazer e às férias e por essa razão os
discman entrariam no passado quando os MP3 surgiram.
Muitomenores e isentos do efeito soluço ou seja, quando
qualquer solavanco fazia a faixa que estava sendo tocada
pular, osMP3pareciam ser insubstituíveisdadaa suaprati-
cidade.Certinhodesepensarassimatéqueos rádios fossem
transportados para os celulares e, melhor ainda, com direi-
to algum tempo depois, a permitir que cada um escolhesse
suas trilhas sonoras gravando-as nos cartõesmini SD.
Eoque esperar do futuroque está a cadadiamais pró-
ximo e acessível de nós?
Óculos combinados com reprodutores de games emú-
sicas já não são novidade! Seria a vez da ficção científica
(um termoquase tãoobsoletoquantose falar,hoje,denave
interplanetária) permitir que a realidade acabe por instalar
chips de altíssima velocidade sob nossa pele e que a um
simples comandodevoz as canções quedesejássemos ou-
vir fossem sendo reproduzidas através denossos cérebros.
Coisamaluca porém, pouco improvável de acontecer!
E aí eu volto a olhar para aquelas velhas gravuras e a
assistir aquelesvelhosfilmesdo tempodoBeachRock (ter-
moquebatizariaumadasmais célebres bandas americanas
equeaindahoje, vezporoutra, aparece fazendouns shows,
na ativa –The Beach Boys) e do Surf Rock, e fico imagi-
nandocomo seria secadaumdaqueles jovensdaquelaépo-
ca, cada umouvindooquemais lhe agradasse, conseguiria
se lembrar do nome de alguma daquelas ga-
rotas emmaiôs de duas peças (era assim que
se chamavamos biquínis), tão logo seus pais,
com eles, subissem a serra. Realmente acre-
ditoque os amores deSantos definitivamente
não conseguiriam subir aSerra!!!
BrunoSaike
•músico e vocalista daBandaHeSaike
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