CityPenha maio 2017 - page 32

Maio / 2017 - nº 120
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Eis o trabalho mais difícil da face da Terra.
Ser mãe é seguir o turno de 24 horas, 7 dias por semana.
É estar acordada quando o resto do mundo dorme. É
amamentar na madrugada e ver as luzes das janelas se apa-
gando, até que só reste a sua.
Ser mãe é cheirar a leite por vários meses (e detes-
tar!). E morrer de saudades de dar o peito, quando o filho
desmamar.
Ser mãe é aprender a trocar fralda no escuro. Com direi-
to a passar creme anti-assaduras, claro!
Ser mãe é preparar a primeira papinha com o maior cui-
dado do mundo, e levar um cuspe de volta.
Ser mãe é comer comida fria, é ser a última a se servir.
Ou mesmo deixar de comer, para dar sua parte ao filho que
necessite.
Ser mãe é querer que o filho se arraste, engatinhe e final-
mente consiga andar. E quando ele aprende a correr, sentir
saudades do bebezinho que ficava o dia todo em seu colo.
Ser mãe é nunca mais olhar para um termômetro que
marca 37 graus do mesmo jeito. É passar a noite segurando
a mão do pequeno, para se assegurar de que a febre passou.
Ser mãe é morrer de vontade de chorar ao ver o filho
doente. E segurar a onda e sorrir, para não preocupá-lo.
Ser mãe é acordar cansada, depois de uma noite mal
dormida. E apesar disso fazer tudo do mesmo jeito: dar ba-
nho, comida, brincar, trabalhar, cuidar da casa, e colocar o
filho para dormir.
Ser mãe é se perguntar quando passará novamente um
dia sem ouvir choro.
Ser mãe é querer viajar sozinha, mas abrir mão disso até
ter certeza de que seu filho ficará bem sem ela. E quando
esse dia chegar, contar os dias para receber o abraço da volta.
Ser mãe é exercitar a paciência diariamente. E perdê-la
de vez em quando, entre uma crise de birra e outra.
Ser mãe é ouvir do filho as mesmas palavras que lhe en-
sinou. E perceber que não basta falar, é preciso dar exemplo.
Ser mãe é sentir culpa por querer voltar ao trabalho.
Ou largar tudo para cuidar de um filho, e sentir falta de
trabalhar fora.
Ser mãe é aprender que, com duas mãos, é possível exe-
cutar muito mais do que duas tarefas. Atender ao telefone,
empurrar o carrinho, abrir a porta, escrever um bilhete, e
dar a última colherada do prato são só alguns exemplos das
combinações possíveis.
Ah, mas ser mãe também é…
Sentir aquela mãozinha tão pequena e tão forte, que se-
gura seu dedo como que querendo dizer: “ei, estou aqui,
agora você não está sozinha!”.
É poder afagar por alguns anos os cabelos de um peque-
no anjo, enquanto ele está sob suas asas.
É acordar pela manhã com um abraço apertado, como
se não se vissem há muitos anos! O mesmo vale para a
saída da escola.
Ser mãe é mostrar uma flor ao filho, e reparar em sua
beleza, como há tempos não fazia.
Ser mãe é se emocionar na primeira vez em que vê o
filho repartindo o biscoito.
Ser mãe é ter direito de chorar na apresentação da esco-
la, do ballet, no campeonato de natação, sem que ninguém
a estranhe por isso.
Ser mãe é ter a casa cheia de risadas e de gritinhos de
felicidade. É lembrar como se brinca de carrinho, de bone-
ca, de esconde-esconde, de pega-pega.
Ser mãe é adquirir a coragem de fazer o que seu coração
realmente deseja. Porque não há mais espaço para covar-
dias dentro de si.
Ser mãe é tentar ser uma pessoa melhor a cada dia. Por-
que seu filho merece uma mãe que se aprimora com o tempo.
Ser mãe é descobrir que o coração é um espaço infinito.
E que quanto mais se ama, mais amor cabe ali dentro.
Ser mãe é um privilégio por que não acaba nunca, não
importa a idade dos filhos, se eles ou elas já cresceram, já
casaram e tiveram filhos, eles serão sempre seus filhos.
O sentimento de Ser mãe é para sempre na vida.
Ser Mãe
D
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