CityPenha maio 2017 - page 28

Maio / 2017 - nº 120
28
Arthur Xavier
Prefeito Regional de Ermelino Matarazzo
E
ntrevista
Conversamos com o Prefeito Regional de Ermelino
Matarazzo que falou um pouco de sua história e sua tra-
jetória, que inclui ser subprefeito de Cidade Tiradentes.
CityPenha:
Arthur como foi sua trajetória até chegar na
política?
Arthur Xavier:
Minha formação é de comunidade. Não
vou fugir nunca disso, eu venho de movimento popular.
Fiz parte da Sociedade dos Amigos do Bairro aqui na Pon-
te Rasa, participei na minha juventude da JOC que sig-
nifica Juventude Operária Católica, onde aprendi o lema:
ver, julgar e agir e por onde passo o ponho em prática. Foi
assim na minha vida profissional, na carreira que fiz na
CESP (Cia Energética de São Paulo), onde entrei como
contínuo servindo café e me aposentei como gerente fi-
nanceiro. Isso é ver, julgar e agir. Ao ver os presidentes
que passavam eu perguntava “o que eu preciso para ser as-
sim um dia?” E eles sempre diziam que é preciso estudar,
e se preparar muito. Eu não tive tempo de ir para samba,
jogar futebol, foi a opção que eu fiz. Estudei e defini como
foco ser alguém um dia. Eu entrei como contínuo, era um
negro servindo café, e me aposentei como gerente. Eu fui
o primeiro executivo negro da CESP. Respondi também
pela Chefia de Gabinete da EMTU- Empresa Metropolita-
na de Transporte Urbano, até dezembro de 2016.
CityPenha:
Esse lema é muito forte, você se mantém
fiel a ele?
Arthur:
Esse lema sempre caminhou comigo: ver, julgar
e agir. Foi assim na CESP, foi assim na minha vida. Na mi-
nha passagem pela FEBEM, quando realizei um trabalho
na época daquelas rebeliões, ouvia sempre dos meninos
“senhor palavra não tem curva”, para eles, cumprir o pro-
metido é o correto. Com isso, lá sempre coloquei esse meu
lema: ver, julgar e agir.
CityPenha:
Você acredita que essa postura levou você
adiante no meio político?
Arthur:
Com certeza. Quando eu fui para o Palácio dos
Bandeirantes ser assessor do Governador criei o NAC
– Núcleo de Atendimento ao Cidadão. Todo mundo da
assessoria do governador queria atender os prefeitos, go-
vernadores, deputados e eu queria atender o cidadão, a
sociedade civil. Essa postura é que me levou a ser subpre-
feito de Cidade Tiradentes, porque política pública é isso,
você não pode enrolar, ou é ou não é.
CityPenha:
O que você pretende repetir da sua gestão em
Cidade Tiradentes para Ermelino Matarazzo agora?
Arthur:
Sempre quis na minha gestão a prefeitura pre-
sente, então eu e minha equipe andamos muito. Dividi-
mos a Cidade Tiradentes em 15 setores e, quinzenalmen-
te, íamos a cada setor atender a população. Isso funcionou
muito lá. O pessoal acha que o papel do administrador
regional, subprefeito ou prefeito regional, é só a zeladoria
e não é. Eu até cito uma canção da Banda Titãs, “Comi-
da”, do Álbum Vagalume, compartilho dessa mensagem,
porque, o prefeito regional é o vagalume da periferia, ele
fica piscando, para detectar os problemas que a região
apresenta e que compete ao administrador trabalhar para
encontrar as soluções. Nessa produção, a música Comida,
que diz “a gente não quer só comida, a gente quer comida,
diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer
saída para qualquer parte, a gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade”, interpreto que, o
povo espera uma atuação do prefeito regional por inteiro.
Inteiro é você cuidar da zeladoria, do esporte, da cultura,
da educação, da saúde. Quando eu faço a prefeitura itine-
rante, que é uma forma encontrada para descentralizar a
administração e a aproximar a população junto ao órgão
municipal da região, eu levo junto comigo, os técnicos
e supervisores da educação, da saúde, do Conseg, (Con-
selho Comunitário de Segurança), da Sabesp, a Defesa
Civil, a Mesa de Empreendedores, entre outros serviços,
para atender a população no local onde mora. Para com-
pletar este círculo de ação – durante a minha gestão pre-
tendo fazer o Festival Gospel, o Festival de MPB para ver
os talentos do distrito. Em razão de termos muitos escri-
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