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Outubro / 2017 - nº 125
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O câncer de mama representa a principal causa de mor-
talidade feminina no Brasil. O tratamento envolve abor-
dagem múltipla que inclui cirurgia, quimioterapia, radio-
terapia e hormonioterapia. O método de intervenção mais
comumente utilizado tem sido a cirurgia – mastectomia,
eleita como a principal intervenção para a cura. No entan-
to, o que se observa é que este procedimento resulta em
mutilação, podendo afetar significativamente a imagem
corporal, e a percepção da sexualidade com consequente
influencia sobre a qualidade de vida das mulheres. Sabe-
mos que é de suma importância uma equipe multidisci-
plinar para o processo de recuperação, e principalmente
o carinho e amor da família para que esta fase seja o mais
leve possível.
Existem vários tipos de cirurgia para a retirada da
mama, e cabe ao médico a decisão de escolher qual proce-
dimento será adotado, cabendo ressaltar que quanto antes
for descoberto através de exames rotineiros, maior a pos-
sibilidade de evitar a mastectomia radical, entretanto, no
geral todas as escolhas apresentam como características
alterações posturais
variadas devido à
retirada da glân-
dula, ás vezes, dos
músculos adjacen-
tes, etc.
Estudos recen-
tes têm mostrado a
importância de se
manter uma ativi-
dade física regular
em mulheres mas-
tectomizadas, após
a alta, especialmen-
te como terapêutica
na prevenção das
alterações postu-
rais, linfedemas e
demais complica-
ções que acompa-
nham às cirurgias.
As complica-
ções
decorrentes
da mastectomia são inúmeras e atinge cerca de 60% das
mulheres, e a articulação mais comprometida seria a do
ombro devido à hipomobilidade do membro superior, de-
corrente da dor e das aderências das estruturas.
A reeducação da cintura escapular e do membro su-
perior é uma necessidade básica para a paciente sub-
metida à cirurgia por câncer de mama, seja qual for a
técnica empregada. Seu objetivo principal é restabele-
cer o mais rapidamente possível a função do membro
superior, além de atuar como fator preventivo à forma-
ção de cicatriz hipertrófica, aderências e linfedema de
membro superior.
Os exercícios classificados pelos especialistas como
indispensáveis são os alongamentos da região cervical,
flexão e abdução do ombro e relaxamento da região cer-
vical, visto que a cirurgia, além de ocasionar a diminui-
ção da amplitude de movimento pode levar a alterações
posturais.
Tendo em vista também os benefícios da atividade fí-
sica do ponto de vista emocional, grandes resultados tam-
bém são apresentados devido ao aumento da autoestima,
liberação de endorfina e ganho de confiança apontado pe-
los educadores físicos.
Em um estudo publicado em 2013, mais de vinte au-
tores apontam para o Pilates como um método eficaz para
a prevenção e a manutenção do tratamento dos desvios
posturais apresentados nesta população. Desta forma, po-
de-se reforçar a importância dos profissionais de saúde e
da população em geral em estimular e motivar mulheres
mastectomizadas a se manterem ou ainda iniciarem um
programa efetivo de atividades físicas.
De uma forma geral, nós, os profissionais do movi-
mento, devemos nos esforçar cada vez mais para atender
a todas as pessoas que passam por processos dolorosos,
a fim de restabelecer uma volta à rotina sempre cercando
nossas alunas de todo amor e compreensão necessárias.
A importância da atividade
física para a recuperação de
mulheres mastectomizadas
B
em Estar
Sabrina Costa Teno • CREF. 056935-G/SP • Professora de
educação física e proprietária do estúdio Infinity Pilates.
Referências: Haddad, S.M.M., Marques, S. M. A importância do exercício
físico no pós operatório de câncer de mama. Revista Unilus, 2014.
Abreu, F.E.A., Método Pilates na reeducação postural de mulheres mastec-
tomizadas.
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