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Outubro / 2017 - nº 125
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Educar a nova geração é
garantir o futuro que queremos
O
pinião
O pensamento desse sociólogo húngaro nos indica
o principal motivo pelo qual é tão importante cuidar
das nossas crianças e dos nossos adolescentes.
É fundamental notar como, já em outros tempos,
muito antes de existirem políticas de assistência social,
saúde, seguridade, os pensadores e os estudiosos já fa-
lavam no cuidado com a criança e com o adolescente.
Hoje, diante de uma realidade bem diferente daque-
la do fim do século XIX e início do XX, dispomos de
leis e normas que norteiam nossas políticas públicas,
como o Sistema Único de Assistência Social (SUAS),
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que,
aliás, este ano comemora 27 anos, entre outras bases le-
gais, que norteiam nossas ações e as políticas públicas.
Entretanto, toda a sociedade é responsável por ga-
rantir os direitos da infância e da juventude. Por isso,
é imprescindível que cada ator tenha clareza sobre seu
papel e o desempenhe bem. Estado, Conselhos, Prefei-
turas e Sociedade Civil Organizada, devem estar mo-
bilizados para, juntos, aprimorarmos políticas públicas
que promovam o desenvolvimento integral das crian-
ças e dos adolescentes, considerando também suas fa-
mílias e seu contexto de vida.
O governador Geraldo Alckmin está empenhado no
fortalecimento da rede de atendimento à criança e ao
adolescente em todo o Estado. Prova disso é que, em
2015, Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS)
lançou o Edital Condeca (Conselho Estadual dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente), por meio do qual está
sendo possível financiar projetos voltados à proteção e
ao desenvolvimento integral das crianças e dos adoles-
centes paulistas.
O Condeca irá investir, este ano, R$ 54 milhões
no financiamento de 233 projetos, que beneficiarão
mais de 86 mil crianças em todo o Estado.
Outro ponto importante que se coloca é a neces-
sidade de execução de uma política social de quali-
dade desde a primeira infância. Sabemos que, por
volta dos dois ou três anos de idade, o cérebro do
ser humano atinge o pico de sua atividade, sendo
possível estabelecer até 700 novas conexões neuro-
nais por segundo – praticamente o dobro de sinapses
executadas aos dez anos de idade, de acordo com
estudos feitos pela Academia Nacional de Ciências
dos Estados Unidos.
Se, por um lado, a fase da primeira infância é de
grandes oportunidades, é também de muitas vulne-
rabilidades e de extrema susceptibilidade às influên-
cias externas, como a pobreza e a violência.
Mais de 200 milhões de crianças ao redor do
mundo nessa faixa etária não conseguem atingir seu
pleno potencial cognitivo por estarem expostas a fa-
tores como subnutrição, pobreza, violência e apren-
dizagem inadequada.
No Brasil, existem aproximadamente 20 milhões
de crianças de até seis anos (dados do MDS) e a
"O que se faz agora com as crianças é o que elas
farão depois com a sociedade."
Karl Mannheim, sociólogo de origem húngara (nasceu em Budapeste, em
março de 1893) e criador da Sociologia do Conhecimento
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