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Setembro / 2016 - nº 112
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municação do desaparecimento de uma criança. Muitos pensam
que tem que esperar 24h e não precisa, o desaparecimento já
pode ser comunicado imediatamente.
CityPenha:
Esse comunicado deve ser feito para a polícia?
Cel Alexandre:
Hoje sim, mas como as pessoas moram no mu-
nicípio, nós temos que cuidar das competências do município.
Existe o Disk Denúncia, mas a ideia é que haja um Disk Denún-
cia Municipal, para que as denúncias dentro da área dos municí-
pios possam ser sanadas e atendidas de forma mais ágil.
CityPenha:
Pode-se dizer que de uma forma geral, se a cidade
não funcionar, a nossa vida vai ser um caos?
Cel Alexandre:
Exatamente. Tem muitas coisas que podem ser
realizadas na nossa cidade sem muito gasto, principalmente com
as tecnologias que temos hoje. Tecnologias que não são tão caras
e algumas até gratuitas, como outros países tem feito denúncias
através da web. Por exemplo, buracos na via pública podem ser
comunicados através de fotos enviadas pelo WhatsApp. Precisa-
mos usar tecnologia para diminuir os custos e o dinheiro resul-
tante ser aplicado em outras áreas que necessitam.
CityPenha:
Como o senhor pretende fazer sua atuação?
Cel Alexandre:
Minha ideia, sendo eleito, é trabalhar com o ga-
binete itinerante, não ficar o tempo todo na Câmara recebendo
as pessoas, mas ir nos bairros e verificar a demanda, solucio-
nar os problemas nas áreas de segurança, saúde, educação. Nós
queremos implantar qualidade. Por exemplo, a Polícia Militar
tem um Estágio de Aperfeiçoamento Profissional feito uma vez
por ano para treinar os policiais para que eles possam dar um
atendimento melhor à população. Esse treinamento tinha que
ser aplicado também para saúde, educação e outras áreas, para
que todos possam atender melhor.
CityPenha:
Na área de segurança o que o senhor imagina para
a Guarda Civil?
Cel Alexandre:
Hoje a Guarda Civil Metropolitana está fazen-
do muitas coisas fora da sua atribuição, tanto constitucional
quanto legal. Ela fica em cima de um viaduto com uma espécie
de máquina multando as pessoas. Ela poderia estar realizando
um trabalho de orientação e prevenção ostensiva nos parques,
poderia auxiliar mais os idosos da nossa cidade e consequen-
temente estar fazendo um policiamento ostensivo, auxiliando a
Polícia Militar na prevenção de delitos. Muito poderia ser feito
de forma diferente. Por exemplo, uma coisa que diminuiu a cri-
minalidade em uma cidade do Canadá foi a multa positiva. Hoje
todos falam em tolerância zero, repressão, proibição, enquanto
lá a multa positiva diminuiu de 60% para 8% a criminalidade
dessa cidade. E como ela funciona? O guarda civil percebe que
alguém agiu de forma correta, então ele vai lá e o aborda: “Você
está 100% legalizado, dirigindo bem, então eu vou te dar uma
multa positiva”. Essa multa positiva o condutor troca por uma
atividade cultural, uma ida ao teatro, uma visita a um parque ou
até mesmo uma conversa com uma autoridade pública. Acho
que uma ação assim seria interessante para a GCM começar a
aplicar incentivando a prática do bem.
D
estaque
Cel Alexandre visita redação
O Coronel Alexandre, oficial da reserva da Polícia Militar e
candidato a vereador, visitou a nossa redação e falou um pouco
de seus projetos para a cidade.
CityPenha:
Depois de uma longa e vitoriosa carreira na Polícia
Militar por que o senhor decidiu sair candidato a vereador?
Cel Alexandre:
Atualmente tenho atuado como advogado, mas
trabalhei durante 30 anos como policial militar tanto na par-
te operacional como na administrativa, e sei que a segurança
pública é muito ampla e temos que trabalhar de uma maneira
focada para solucionar os conflitos e os delitos. Não existem
grandes soluções para grandes problemas, mas pequenas solu-
ções. Um dos graves problemas que ocorre em nosso país é o
desaparecimento de crianças. São 40 mil que desaparecem por
ano no Brasil e 9 mil delas só no Estado de São Paulo. Quais
são os motivos de tantos desaparecimentos? Para prostituição e
pornografia infantil, sequestro para tráfico de órgãos e para ex-
torquir dinheiro, abandonos do lar e problemas familiares, como
pais brigando. É muito importante para nossa cidade recuperar
essas crianças, usar as tecnologias disponíveis para buscar os
desaparecidos. Esse será um dos meus focos, e logicamente para
trabalhar com crianças eu tenho que trabalhar com os pais, com
os avós, com todos os familiares e as escolas. Tudo para que
ocorra a prevenção para evitar esse tipo de problema.
CityPenha:
Quais ações podem ser feitas?
Cel Alexandre:
Uma das ações importantes que faço é auxiliar
um projeto chamado Caminho de Volta. Ele é da Faculdade de
Medicina da USP e trabalha com um banco de DNA para buscar
pessoas desaparecidas, crianças, adolescentes e adultos. Lá te-
mos as estatísticas referentes a desaparecimentos de crianças, e
enquanto estava na polícia militar elaboramos dicas de seguran-
ça que as crianças podem utilizar. Na cidade do México existe
uma carteira de identificação infantil que eu propus que fizés-
semos também em São Paulo. Essa carteira facilita a lembrança
das informações principalmente nos momentos de desespero.
Outra questão é com relação ao período que deve ser feita a co-
Cel Moretti, Cel Alexandre e Paulo Aguiar
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