CityPenha dezembro 2015 - page 28

Dezembro / 2015 - nº 103
28
Floriano Pesaro
Secretário de Desenvolvimento Social
E
ntrevista
Em uma entrevista exclusiva para a nossa revista o
secretário Estadual de Desenvolvimento Social, Floriano
Pesaro fala da criação do Fundo de Combate à Pobreza e
do combate à exploração sexual de crianças e adolescen-
tes. Acompanhe os melhores momentos desse bate papo:
CityPenha:
Qual o grande desafio de assumir essa se-
cretaria?
Floriano Pesaro:
O grande desafio que o governador Ge-
raldo Alckmin me deu no começo desse ano foi organi-
zar a Secretaria de Desenvolvimento Social de acordo
com o Sistema Único de Assistência Social, o SUAS.
Um sistema novo, com apenas 10 anos, complexo e com
a divisão entre, União, Estados e Municípios para o co-
-financiamento das políticas sócio assistenciais que vão
desde segurança alimentar com programas como Bom
Prato e o Vivaleite até programas de atenção a primeira
infância de 0 a 6 anos, acompanhamento do pré-natal,
acompanhamento das famílias em situação de risco so-
cial, do ponto de vista do seu trabalho, sua profissio-
nalização e geração de renda, crianças, adolescentes e
idosos.
CityPenha:
Esse é um trabalho mais dirigido a popula-
ção carente?
Floriano:
Esse é o espectro da política do SUAS, da
assistência social. Não é tão facilmente entendido pela
população geral, porque a política da assistência social
embora seja universal, ou seja, para todos, ela atende a
aqueles que mais precisam, com foco na pobreza e na
extrema pobreza.
CityPenha:
Você tem experiência com políticas sociais
e em uma época de crise isso ajuda muito a coordenar o
trabalho da secretaria?
Floriano:
O governador Alckmin me deu esse desafio
de organizar a secretaria diante dessa nova realidade já
considerando que esse seria um ano muito difícil. É um
ano que tem uma crise econômica, que já vem desde
maio de 2014, mas se aprofunda após as eleições. Nós
temos uma crise econômica, que virou crise política, e
que se transforma numa crise social. O governador Al-
ckmin já previu isso em janeiro. Ele previu que teríamos
uma crise muito forte com queda na arrecadação e isso
traria uma crise social muito forte.
CityPenha:
Na sua secretaria você percebe a crise tanto
na verba como na prestação de serviço à população?
Floriano:
Exatamente, isso para nós foi muito claro
desde o começo. De janeiro de 2015 até julho a procu-
ra por serviços sócio assistências na rede do estado au-
mentou 25%. Isso mostra realmente o tamanho da crise
em relação a inflação que consome a
renda do trabalhador e gera o desem-
prego, o que deixa o trabalhador sem
renda e aí todos eles batem na por-
ta dos serviços públicos, como por
exemplo o Bom Prato que é o maior
programa de segurança alimentar do
Brasil, serve 85 mil refeições por dia,
e teve um aumento de procura da or-
dem de 15%.
CityPenha:
Isso pode virar uma
imensa bola de neve?
Floriano:
Pode sim e mostra que es-
tamos em uma situação muito difícil,
porque de um lado cai a arrecadação
e de outro lado aumenta a demanda.
O serviço do Vivaleite, que distribui
aqui na capital e na região metropo-
litana, por exemplo, teve grande au-
mento na procura por parte dos ido-
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