CityPenha dezembro 2015 - page 26

Dezembro / 2015 - nº 103
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Um dos maiores marcos da literatura mundial, AS
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVI-
LHAS, completou em 2015, 150 anos de sua publicação.
Motivos para comemorar não faltam. A obra-prima
de Lewis Carroll (pseudônimo do reverendo e professor
Charles Lutwidge Dogdson) é uma narrativa que ultrapas-
sa o universo infantil, é acima de tudo uma história que
critica os costumes da sociedade inglesa da era vitoriana
num denso sonho de cunho psicológico.
A narrativa nasceu anos antes de sua publicação, quan-
do, em 1862, o reverendo Charles Dogdson passeava de
barco pelo rio Tâmisa com a então sua aluna, Alice Liddell
e as irmãs dela, Lorina, e Edith, e começou a contar uma
história para entretê-las durante o passeio. Amenina Alice
gostou tanto da história que pediu ao professor que a escre-
vesse, e assim surgiu, de forma manuscrita em um caderno,
AVENTURAS DEALICE NO SUBTER-
RÂNEO, ilustrada por ele mesmo. So-
mente em 1865 a história é publicada em
forma de livro com o título que conhece-
mos hoje, e ilustrada por um dos maiores
ilustradores da época, John Tenniel.
Um país que tem o Big Bem como
seu maior símbolo, preza pela pontuali-
dade, e a narrativa de Lewis Carroll co-
meça justamente quando a menina Alice
se põe a seguir um Coelho Branco, formalmente trajado
com paletó, gravata, colete, guarda-chuva, e que constata,
ao verificar as horas no seu imponente relógio de bolso,
que está atrasado, e por aí seguem as
críticas, principalmente nas incertezas
demonstradas pela personagem principal
quando entra em contato com os seres do
País das Maravilhas.
Até o famoso chá das cinco, ponto
alto da cultura inglesa, sempre servido
em impecáveis chaleiras e xícaras de
porcelanas, é alvo de crítica, quando um
capítulo do livro é nomeado como UM
CHÁ MALUCO.
Nesse mundo de sonhos as convic-
ções de Alice são postas à prova. Ela é
obrigada a “crescer”, literalmente deixar
de lado a criança que é, para entender os
enigmas e charadas, caso contrário pode
“perder” a sua cabeça como ordena a
Rainha de Copas.
E foi mergulhando nesse universo maravilhoso des-
se clássico literário que os alunos do 6º ano do Ensino
Fundamental, do Colégio Júlio Botelho, deliciosamente
comemoraram o 150 anos da publicação. O livro foi
sugerido como a leitura obrigatória para o 3º Bimestre.
A edição escolhida foi a vencedora do prêmio Jabuti
como melhor tradução.
Além da tradicional prova do livro, outras ativida-
des de outros componentes curriculares marcaram as
comemorações: os alunos assistiram a adaptação de
Disney de 1951 com áudio original em inglês, em Ciên-
cias descobriram o mundo do chá, passando a conhecer
os mais diversas plantas e seus benefícios para a saúde
humana, em Artes, produziram acessórios dos persona-
gens, que foi utilizado para o compor a mesa de chá que
serviu como momento de debate da história.
Prof. Marcelo Batista da Silva •
Formado em Letras com
habilitação em português e espanhol e suas respetivas literaturas,
Pós-graduado em História da Arte e Psicopedagogia • Atualmente
leciona no Colégio Júlio Botelho e na ETEC Prof. Aprígio Gonzaga.
150 anos de Alice no
País das Maravilhas
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