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Dezembro / 2017 - nº 127
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E
ntrevista
Floriano Pesaro
Secretário de Estado de Desenvolvimento Social
Conversamos com Floriano Pesaro, Secretário de Es-
tado de Desenvolvimento Social, que se coloca como pré-
-candidato ao Governo do Estado, sobre suas propostas.
Acompanhe.
CityPenha:
Floriano qual sua trajetória na vida pública
que o credencia a ser pré-candidato ao Governo do Estado?
Floriano:
Em 2018, vou completar 30 anos no meu partido,
o PSDB, que é meu primeiro e único partido. Sempre fui So-
cial Democrata antes mesmo da existência do PSDB. Ainda
na faculdade nas Ciências Sociais na USP, eu já pensava nes-
sa ideia de um Estado social. Um Estado do Bem-Estar So-
cial, voltado para cuidar das pessoas. Quando veio o PSDB,
que tem como lema “longe das benesses do poder, próximo
do pulsar das ruas”, comecei a seguir grandes líderes que o
partido teve. Ainda na faculdade, o André Franco Montoro,
na minha opinião, um dos maiores estadistas da história do
Brasil. Depois, o governador Mario Covas, Fernando Henri-
que Cardoso, José Serra e um jovem político que começava
a se destacar na época, o então Deputado Geraldo Alckmin.
No meu período como servidor público, completei 21 anos
de atuação na Educação e Assistência Social e tive a oportu-
nidade de trabalhar ao lado de grandes homens como o Fer-
nando Henrique Cardoso, quando fui seu assessor parlamen-
tar durante quatro anos no Congresso, e também o Ministro
Paulo Renato Souza. Além deles, tive uma passagem profis-
sional ao lado da professora Ruth Cardoso, e do professor
Vilmar Farias. Eram pessoas que pensavam à frente do seu
tempo sobre o desenvolvimento social.
CityPenha:
Você atuou diretamente com eles?
Floriano:
Passei oito anos do governo Fernando Henrique
em Brasília, depois quando voltei a São Paulo fui convida-
do pelo então governador Geraldo Alckmin para assumir a
Secretaria Executiva da Casa Civil, ao lado do Deputado
Federal Arnaldo Madeira, que havia sido líder do governo
Fernando Henrique. Foi uma experiência riquíssima, onde
tive a oportunidade de conhecer e entender todas as áreas
do funcionamento do Estado. Foram dois anos na Secretaria
Executiva da Casa Civil, para logo em seguida, por sugestão
da professora Ruth Cardoso, ser convidado pelo José Serra
para ser seu Secretário Municipal deAssistência Social. Essa
foi talvez a experiência mais rica da minha vida profissional.
Ter sido secretário da minha cidade, o município de São Pau-
lo, com toda a sua dificuldade e complexidade.
CityPenha:
Você foi o responsável pela implantação de
importantes programas sociais não foi?
Floriano:
Sim, no governo Fernando Henrique, quando
trabalhei por quatro anos com o Ministro Paulo Renato no
segundo governo, recebi a incumbência de criar o FIES, o
Financiamento Estudantil que financiava cursos para alu-
nos carentes no Ensino Superior. Ou seja, o projeto con-
sistia em dar oportunidade para alunos carentes poderem
estudar, se formar e receber seu diploma. Eu criei e im-
plantei o FIES e, logo em seguida, o Bolsa Escola, que foi
o maior programa de transferência de renda do Brasil, hoje
chamado de Bolsa Família. Nosso programa vinculava uma
renda a famílias extremamente pobres que comprovassem
a frequência e rendimento escolar da criança. A estratégia
de desenvolvimento humano era a educação e não apenas
renda. A renda era complemento.
CityPenha:
Dessa forma você deixa de fazer assistencia-
lismo para fazer desenvolvimento social
efetivamente?
Floriano:
Exatamente. No governo
Lula, eles abandonaram a ideia de educa-
ção e focaram só na renda. Eu dizia “isso
não tira ninguém da pobreza”. Renda
quando não é sustentável no tempo, não
tira a pessoa da pobreza. Basta um perío-
do inflacionário ou uma crise econômica
como nós tivemos nos últimos três anos
e a pessoa volta à pobreza.
CityPenha:
O assistencialismo puro e
simples acomoda o cidadão e tira a pers-
pectiva de futuro das pessoas?
Floriano:
A verdadeira perspectiva está
na educação. É a educação que salva.
Mais recentemente me perguntaram qual
eram as minhas plataformas de governo
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