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Março / 2018 - nº 130
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Já ouviu a frase “quem casa quer casa”? Este ditado po-
pular mostra algo que todo casal deseja: formar seu lar e uma
nova família, de preferência sem a interferência da família de
origem. O afastamento da família de origem, ou seja, aquela
em que a pessoa nasceu, é essencial para que o casamento
evolua de forma satisfatória e saudável. Mas isso nem sem-
pre é tão simples!
Para muitos casais, a influência dos sogros, sogras e
cunhados pode levar a conflitos contínuos e ao desgaste da
vida a dois. Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, te-
rapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal,
quando o casal decide viver junto, independente do formato
dessa relação, precisa assumir novos papéis.
"Isso quer dizer que além do papel de filho (a), essa pes-
soa também será um (a) parceiro (a). E para que dê certo, é
preciso investir nesses novos papéis e no relacionamento”.
“A construção dessa nova família, formada agora pelo
casal, precisa de espaço físico e emocional para ser bem-
-sucedida. O casal vai precisar dar prioridade para suas ne-
cessidades e manter uma distância saudável da família de
origem, assim como trabalhar para construir e manter um
bom relacionamento com os sogros, sogras, cunhados e de-
mais parentes do (a) parceiro (a)”, diz Marina.
Em briga de marido e mulher......
Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta
de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, o casal
precisa impor os limites. “A influência da família de origem
é um fato inegável, podendo ser positiva ou negativa. E isso
depende de como o casal irá delimitar essa interferência”.
“O que acontece é que muitos pais podem ter dificuldade
de reconhecer que os filhos cresceram e agora formam uma
nova família. Tendem a continuar interferindo nas decisões e
podem até se ressentir se não forem ouvidos. Por outro lado,
há filhos que não conseguem se independer dos pais, seja
financeiramente ou afetivamente. E isso, claro, é nocivo para
a vida a dois. Essas duas situações são tóxicas e precisam ser
ajustadas que o relacionamento dê certo”, comenta Denise.
Dicas das especialistas
• Esforce-se para ter uma convivência harmoniosa com a
família de origem de ambos, lembre-se que é preciso tolerân-
cia, respeito e solidariedade
• Deixe os limites claros para ambas as famílias, lem-
brando que as regras valem para todos
• Priorize o casal e a nova família que está se formando
• Não obrigue o (a) parceiro (a) a escolher um lado em
uma eventual discussão. Essa escolha tem que ser algo natu-
ral e de iniciativa própria
• Mantenha uma distância saudável. Visite os parentes,
participe das reuniões familiares, mas dê prioridade à vida
conjugal
• Você não precisa contar tudo que acontece no seu ca-
samento para sua mãe ou pai. Isso também faz parte da dis-
tância saudável e vai ajudar você a resolver seus problemas
sozinho (a), ou seja, a amadurecer
• Coloque-se no lugar do outro, o que você sentiria se
fossem seus pais, seus irmãos, etc., nessa mesma situação?
• Não faça comparações, como “a comida da minha era
melhor”, “minha mãe fazia assim”, etc.
Terapia de Casal pode ajudar
Quando casal passar por uma influência negativa da
família de origem de algum dos parceiros e não conse-
gue resolver sozinho, a terapia de casal pode contribuir
para o amadurecimento emocional do casal, assim como
para ensinar a negociar esses conflitos e a lidar com essa
influência.
“Precisamos lembrar que os valores culturais das fa-
mílias influenciam muito a vida de seus membros. Mas,
quando são negativas, podem impedir que o casal alcance
uma vida conjugal satisfatória, por isso a terapia pode ser
muito útil para identificar e mudar e ajustar a rota”, con-
cluem as especialistas.
Dicas para Blindar seu
Casamento contra a Influência
da Família de Origem
por Clara Sangiorgio
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