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Março / 2018 - nº 130
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Débora:
Eu ocupo um cargo de liderança no Shopping
Penha e acho que é um grande desafio estar nesta posição.
Como mulher nesta empresa, me sinto respeitada e acre-
dito que o tratamento feito a mim e aos meus colegas é
o mesmo. Aqui dentro procuro me posicionar como uma
boa profissional, pois as cobranças são as mesmas inde-
pendente de gênero.
Fernanda:
Acredito que neste momento, tanto a popu-
lação quanto os servidores municipais, estão vivenciando
um momento de mudanças para as mulheres. Algumas
vezes, noto uma certa delicadeza com o trato das deman-
das, mas daí as pessoas percebem que não estou aqui para
posar nas fotos, mas para trabalhar. Nas cobranças feitas
pelo secretário para todos os prefeitos regionais, não tem
nenhuma diferença, recebo a mesma orientação que eles.
A diferença está na ação de cada um, independentemente,
de ser mulher ou homem. Sei que infelizmente a diferença
existe em muitas funções, mas não aqui. Inclusive, tenho
acompanhado muitas ações de fiscalização da PRPenha
que acontecem durante a madrugada. Dou o exemplo a
todos os servidores.
CityPenha:
Saindo do ambiente de dentro das empresas,
vocês interagem com vários grupos sociais, como a ACSP,
o Viva Penha, e muitos outros, nessas interações vocês
encontram ou percebem diferenças por serem mulheres?
Débora:
Eu sinto estranhamentos, mas mais pela idade,
por acharem que não tenho experiência para estar ali. Não
sinto que seja por ser mulher. Quando me deparo com esse
tipo de situação, me posiciono demonstrando a bagagem
de conhecimento que possuo em minha área, quebrando
esse receio inicial e estabelecendo uma relação produtiva.
Isso com lojistas, fornecedores, entidades. Ainda me de-
paro com situações pontuais, mas são cada vez mais raras.
Fernanda:
Imagino que a única diferença seja pelo cargo
e não por ser mulher. Algumas entidades que tem por sua
maioria o público feminino, noto um certo acolhimento.
Como se a representasse não só o cargo de prefeita regio-
nal, mas por ser mulher. No entanto, participo de reuniões
dos Conselhos de Segurança (Consegs), em sua maioria
com a presença masculina, e não tive nenhum tratamento
diferenciado. O tratamento que tenho recebido está mais
relacionado ao cargo do que a ser uma mulher ocupando
este cargo. E é exatamente isso que quero mostrar, sendo
mulher ou não, minha função aqui é gerenciar os serviços
para toda a população dos distritos atendidos pela regional.
Marcia:
Eu não tenho enfrentado dificuldades de rela-
cionamento com as entidades, até pelo posicionamento da
empresa de ser a Porto na região, temos tido grande acei-
tação. Sempre fui muito bem recebida e aceita, apesar de
sentir um pouco essa questão de diferença de idade, isso
logo se dissipa. Não identifiquei nenhuma dificuldade pelo
fato de ser mulher. Mesmo com o foco principal da minha
atuação que são os corretores, hoje existe um grande nú-
mero que são mulheres e muitas com cases de sucesso,
com muita venda. Hoje existe muitas corretoras mulheres,
diferente de 20 anos atrás quando se percebia um número
bem menor.
Adriana:
Expandiu muito a atuação das mulheres nessa
área.
CityPenha:
Com todas as mudanças a mulher ainda tem
uma carga extra, além do trabalho tem que se preocupar
em cuidar da casa, dos filhos, como vocês veem isso?
Débora:
Uma das dificuldades do cargo, da nossa de-
dicação, está ligada a ter um parceiro que entenda, que
apoie, que ajude e que compartilhe tudo isso. Acho que o
fato de ter menos mulheres em alguns cargos como o nos-
so, está ligado ao fato de nem todo mundo estar disposto a
abrir mão de algumas situações familiares para se dedicar.
CityPenha:
no seu caso você tem uma filha pequena e a
Marcia tem duas.
Marcia:
Acho que no começo o conflito foi mais meu
do que delas, mas com o tempo a gente vai se adaptando a
tudo isso e encontra uma saída para que isso flua de uma
maneira bem mais gostosa. Amaneira que eu encontrei foi
deixar o meu tempo livre para as filhas. Eu abdiquei de
muitas coisas pessoais, muitos convites, por que como eu
fico distante delas, preciso ter um tempo de dedicação. Um
ponto muito importante é que o parceiro precisa participar
da vida de forma integral. O meu marido me ajuda muito.
Essa parceria é importante para a mulher poder ter tranqui-
lidade de se dedicar para alcançar o sucesso profissional.
Débora:
Realmente esse é um detalhe importante para
nós termos tranquilidade de alcançar esse sucesso pro-
fissional. Em casa, por exemplo, nós dividimos todas as
tarefas e atenções para que os dois possam alcançar o seu
sucesso profissional.
Fernanda:
Eu acho que de uma forma geral os relacio-
namentos estão mudando, e eu acredito que a mudança
começa em casa. Não adianta ‘lutar’ para ter cargos e fun-
ções igualitárias com os homens e chegar em casa e não
ter a participação do companheiro.
Adriana:
Eu não tenho filhos mas também acho que o
comportamento do parceiro é muito importante dentro
da relação para a mulher ter tranquilidade para alcançar
o sucesso.
CityPenha:
Podemos dizer que o Empoderamento femi-
nino está muito ligado a uma conscientização geral da so-
ciedade, com o amadurecimento dos homens sobre o pa-
pel de cada um, inclusive no relacionamento e nas tarefas
da família?
Marcia:
A sociedade de forma geral já está mostrando
isso, que já tem uma visão muito mais clara sobre o tra-
balho da mulher e sua importância em todos os sentidos,
desde a questão financeira, que pesa em todas as famílias
que querem progredir, ter uma melhor condição de vida,
até a realização pessoal. Todo ser humano precisa prospe-
E
special Mulher
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