CityPenha novembro2015 - page 44

Novembro / 2015 - nº 102
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Cinerama é o nome de um registro de patente de um pro-
cesso cinematográfico de “widescreen” – tela bem horizontal na
proporção 16x9 - que trabalha com imagens projetadas simulta-
neamente por três projetores de 35 mm sincronizados para uma
tela de proporções gigantescas e extremamente curva, com um
arco de 146°. É também o nome da corporação que patenteou o
processo. Foi o primeiro de uma série de processos introduzidos
nos anos 1950, época da reação do Cinema ao avanço da televi-
são. Sua denominação combina as palavras cinema e panorama,
já que o objetivo do processo era dar ao amante do cinema uma
"visão panorâmica" do que se passava na tela, fazendo com que o
espectador se sentisse participante do processo.
O sistema original envolvia três câmeras sincronizadas divi-
dindo um único disparador. Nos cinemas, os filmes em Cinerama
era projetados de três cabines de projeção, postas na mesma dis-
posição que as câmeras, em uma tela extremamente curva. Cada
uma delas projetava um terço da imagem total que compunha a
cena. O processo, no entanto, nunca conseguiu eliminar de todo
as "emendas" que ficavam aparentes no ponto onde as imagens
se alinhavam. Ainda hoje, em alguns lançamentos em DVD de
filmes executados neste processo, pode-se perceber essa falha.
Por mais que os seus inventores, Fred Waller e Merian Coo-
per acusavam as salas de cinema por estas falhas, o processo foi
posteriormente abandonado em favor de um sistema de disparo
de 70 mm através de uma única câmera.
A projeção em 70 mm inaugurou definitivamente uma nova
fase do cinema. Em adição ao impacto visual das imagens, o Ci-
nerama foi também um dos primeiros processos a usar múltiplos
canais de som. O sistema, desenvolvido por Hazard Reeves, um
dos investidores do Cinerama, tinha sua trilha sonora gravada em
6 e depois 7 canais e reproduzida através de cinco autofalantes
colocados atrás da tela. Um "canal surround", depois dois, jogava
o som por trás através de auto falantes instalados na plateia.
O Cinerama chegou ao Brasil em 14 de Agosto de 1959
com a inauguração do Cine Comodoro. Numa noite repleta de
“glamour”, a Av. São João ficou congestionada de automóveis
e gente nas calçadas ansiosas em
conhecer esta nova tecnologia que
provocava sensações na plateia. O espectador se sentia “dentro
do filme” e cenas de ação provocava reações como segurar-se
na poltrona com firmeza. Nesta inauguração, o Cine Comodo-
ro utilizou o sistema original do Cinerama com três projetores.
Dois anos mais tarde, o sistema foi substituído pelo projetor
único de 70 mm.
O Cinerama chegou na colina da Penha de França em 1966.
Foi o primeiro e único da cidade de São Paulo fora do centro.
O Cine Penha Palace, da empresa Cinematográfica São Jor-
ge, foi inaugurado no ano de 1955 com capacidade de 2.350 lu-
gares e tinha uma média anual de 730 sessões e 184.340 especta-
dores. Localizava-se no ponto mais central da Penha, na Praça 8
de Setembro, 115. Era a maior sala de cinema da região e para a
surpresa geral, um dia fechou suas portas para reforma. Quando
reaberto, mudou seu nome para PENHARAMA e anunciava a
projeção de filmes na tela imensa no sistema 70 mm.
A população da colina foi ao delírio. Agora era possível as-
sistir as grandes produções como “Grand Prix” ou “2001-Uma
Odisseia no Espaço” sem sair da Penha, bemmais perto de casa.
O penhense não conseguia esconder seu orgulho.
PENHARAMA: EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA NO
CENTRO CULTURALDAPENHA
O Centro Cultural da Penha abre uma exposição com fotos
antigas da Penha de França em parceria com o Memorial Penha
de França. São 40 painéis com os principais monumentos de ar-
quitetura da história da colina, retratos de famílias penhenses pio-
neiras no desenvolvimento da região e como não poderia faltar,
os antigos cinemas como o São Geraldo, o Penha Príncipe, o Pe-
nha Palace e Júpiter. O nome da exposição, PENHARAMA, ho-
menageia a grande sala de cinema que trouxe a então tecnologia
de ponta para a Penha, o Cinerama.Aexposição acontece de
3 de
Novembro a 15 de Dezembro
na Galeria Wilson Luchetti, no
segundo andar do Centro Cultural da Penha, com entrada franca.
GALERIAWILSON LUCHETTI
A mostra fotográfica
PENHARAMA
inaugura no Centro
Cultural da Penha uma galeria para exposições fotográficas e
artes plásticas bidimensionais. Wilson Luchetti tem seu nome
neste novo espaço. Luchetti foi um grande fotógrafo da região.
Trabalhou durante toda a sua vida para o Foto Penha e Foto Mo-
derna. No auge do turismo religioso na Penha, Luchetti chegou
a fotografar 20 casamentos num mesmo dia, com sessões no es-
túdio e igreja. Dono de um estilo inconfundível, Luchetti tinha
o dom de conquistar a expressão natural dos fotografados além
de inovar composições de estúdio. Quando não estava
trabalhando, Luchetti carregava sempre a sua Minolta
45mm para os flagrantes do cotidiano, alguns deles
nesta exposição.
D
estaque
Cine Penha Palace em 1962
Anúncio da Folha de São Paulo
utilizando uma foto registrada no dia da
inauguração do Cinerama no Brasil
Memorial Penha de França
• Rua Betari, 560 - 11 2092.2319
Wilson Luchetti
fotos: Acervo Memorial Penha de França
1...,34,35,36,37,38,39,40,41,42,43 45,46,47,48,49,50,51,52,53,54,...84
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