CityPenha novembro2015 - page 36

Novembro / 2015 - nº 102
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São Paulo tem 401 casos de
morte por dengue em 2015
Infectologista esclarece as dúvidas sobre a doença
S
aúde
Segundo boletim do Ministério da Saúde um terço das
cidades paulistas já possuem mais casos de dengue do que
os registrados no mesmo período em 2014. No estado há
667 mil confirmações de dengue, somente na capital são
101,2 casos a cada 100 mil habitantes.
A dengue é uma doença infecciosa aguda, causada
por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti in-
fectado, que se desenvolve em áreas tropicais do mundo
devido às condições do meio ambiente que favorecerem
seu desenvolvimento e proliferação. Ao contrário do mos-
quito comum que pica durante a noite, o mosquito pica
durante o dia, sendo comum que as epidemias da Dengue
ocorram no verão, ou após períodos chuvosos.
A Infectologista do Hospital e Maternidade São
Cristóvão, Dra. Andreia Maruzo Perejão explica,
“Caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de
plantas, e qualquer lugar onde possa se acumular água
pode ajudar a proliferação do mosquito transmissor”.
A transmissão ocorre, quando o mosquito é infectado
após o contato com uma pessoa doente, transmitindo-a
uma pessoa sadia.
Existem dois tipos de dengue: a clássica e a hemorrá-
gica. “A dengue clássica é uma doença que em mais de
95% dos casos, causa desconforto com geralmente sin-
tomas menos graves e raramente leva a morte. Após a pi-
cada do mosquito, os sintomas se manifestam de três a
catorze dias com febre alta, dor de cabeça, fraqueza, dores
musculares, enjoo e vômitos”, explica a médica.
A dengue hemorrágica é outra forma mais grave da
dengue clássica e mais rara. “Nestes casos ocorrem san-
gramentos em algumas partes do corpo, um quadro clini-
co mais grave esta situação pode evoluir para um colapso
circulatório, choque, e pode levar a pessoa à morte” escla-
rece a Infectologista. O diagnóstico da dengue pode ser
clínico e laboratorial, existindo quatro tipos diferentes de
vírus da dengue.
O tratamento da doença é sintomático, e a ingestão de
líquidos tem papel importante na recuperação, “O pacien-
te deve se manter em repouso, beber muito líquido, e só
utilizar medicamentos prescritos por médicos para aliviar
as dores e a febre. É comum que ocorra durante alguns
dias uma sensação de cansaço, que geralmente desaparece
completamente com o tempo”, orienta a infectologista.
O combate à Dengue é em sua maioria de prevenção,
evitando que os locais se tornem criadouros de larvas. “É
necessário evitar que objetos no jardim ou expostos ao ar
livre se tornem recipientes de água. Nestes casos é im-
portante que os objetos sejam cuidadosamente limpos e
tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos
do mosquito ficam fixados nas paredes dos recipientes”,
explica a profissional.
Seguem algumas dicas da Dra. Andreia Maruzo Pere-
jão para evitar que o mosquito se prolifere:
• Colocar terra nos pratinhos coletores das plantas
para evitar o acumula da água
• Não deixar acumular água nas calhas do telhado;
• Colocar o lixo domiciliar em sacos plásticos fecha-
dos ou latões com tampa
• Tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros,
barris e tambores;
• Não deixar expostos à chuva pneus velhos ou obje-
tos que possam acumular água (latas, garrafas, cacos de
vidro etc.);
Em locais de maior ocorrência dessa doença, deve-se
usar, sempre que possível, calças, camisas de manga com-
prida e repelente contra insetos. “Pessoas que estiveram
em área de risco e que apresentarem febre durante ou após
a viagem devem procurar um Serviço de Saúde mais pró-
ximo”, finaliza a profissional.
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