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Outubro / 2017 - nº 125
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C
omportamento
Até quanto o “Padrão de
Beleza” nos influencia?
A sociedade em que vivemos tem a mania de observar
e comentar dos outros:
“Se ela fosse mais magra, seria
bonita”, “Até que o rosto é bonitinho, mas se fosse mais
cheinha, seria mais bonita”, “Se o cabelo fosse liso, iria
valorizar muito mais”
. Todos esses “
se
” parecem não aca-
bar nunca. E com isso, essas pessoas, influenciadas pela mí-
dia, acabam diminuindo a sua autoestima e as de quem as
cercam, a troco de nada.
Temos vivido a era dos direitos humanos, mas por muitas
vezes não perceber o total poder de influência que a mídia
exerce em nossas vidas, não nos damos conta que nossos
direitos jamais foram tão violados como nos dias de hoje.
Em uma sociedade democrática, as pessoas estão se
tornando escravas da indústria da beleza, tão difundida, os
quais têm dilacerado a nossa juventude, pessoas que estão
perdendo o prazer de viver, tornando-se solitárias, por esta-
rem inconformadas com sua forma física sempre inatingível,
controlam alimentos que ingerem, na maioria das vezes é de
maneira errônea e não compõe a quantidade de nutrientes
suficientes e necessários pelo medo de engordar; esta escra-
vidão assassina a autoestima, produz uma guerra contra o
espelho e gera uma auto rejeição terrível.
O padrão de beleza em determinados períodos da
história
Do ponto de vista histórico, o padrão de beleza nunca
deixou de evoluir e o que antes era considerado belo hoje em
dia pode ser feio ou desagradável.
Em cada época é fácil identificar o apreço generalizado
por um ou outro tipo físico, dos corpos roliços aos mais se-
cos, das barriguinhas pronunciadas aos abdomens tanquinho,
dos seios minúsculos aos bustos siliconados. Mas, se hoje
qualquer pessoa é dona de seu nariz para decidir se quer fre-
quentar a academia ou viver feliz acima do peso, houve tem-
pos em que ninguém era responsável pelo próprio corpo. Por
milênios, a forma física era colocada a serviço de propósitos
sociais, militares ou religiosos.
O começo do culto a forma física perfeita surge na Grécia
onde a preocupação com a forma física era de extrema im-
portância para os gregos que buscavam ter uma capacidade
intelectual e física tendo como lema “mens sana in corpore
sano” (mente saudável em corpo são).
Na Idade média, foi um
Mergulho nas Trevas
, sob a in-
fluência da Igreja, foram abandonados os hábitos de higiene
e saúde herdados pelos romanos. “Cuidados com o corpo
eram considerados pecaminosos”, as obras de arte mais es-
condem do que evidenciam os corpos.
Um forte fator que fez o corpo ser levado como des-
taque na sociedade ocidental foi o motivo da ascensão do
sistema capitalista que visava a busca de um corpo capaz
de fornecer uma maior produtividade, pouco tempo depois
meados do século XIX surge as primeiras escolas de ginás-
tica europeia, que difundia a ideia de um corpo saudável
por meio de ginástica.
Chega o século XX e o crescimento da mídia fez surgir
à indústria da beleza que produz novos padrões de beleza, a
sociedade tornando-se obsessão em todo mundo principal-
mente nas classes mais ricas. Cada vez mais pessoas buscam
formas de transformar o físico, em busca da perfeição de
acordo com os padrões.
O século XXI começa como um dos séculos mais de-
mocráticos em padrões de beleza que conhecemos. Se você
for para algumas ilhas da Oceania e for obeso, você é um
homem belo. No Japão, lutadores de sumô são admirados
por muitas mulheres. Na Europa, em alguns países, homens
negros são considerados exóticos e muito belos. Podemos di-
zer o mesmo de homens brancos em alguns países da África.
Existem padrões para todos os gostos.
Mas o ideal de beleza masculina ou feminina está sujeito a
mudanças constantes e a todo tipo de moda que se impõe em
certos setores da sociedade. Algumas décadas atrás as tatua-
gens eram vistas no mundo ocidental como um adorno cor-
poral de má reputação e pouco valor estético; já nos últimos
anos a moda da tatuagem se tornou um símbolo estético
altamente valorizado. De qualquer forma, tanto o homem
como a mulher que cumprem o padrão de beleza de cada
época se tornam um modelo de beleza erótica e no caso de
ser uma celebridade é rotulada como símbolo sexual.
Apesar disso, pode-se dizer que alguém ou algo é belo
quando se estimula os sentidos. Em outras palavras, bonito
é tudo aquilo que nos causa forte emoção. Obviamente,
a ideia de beleza depende da cultura em que se vive, da
idade, do sexo e da apreciação subjetiva de cada indivíduo.
Segundo psicólogos, o maior prejuízo da valorização
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