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Setembro / 2015 - nº 100
uma forma de orientação política”, afirma Richard Rorty
(filósofo norte americano).
Como os Estados Unidos, por exemplo, onde se vê
bandeiras hasteadas por todo o país, sejam nas casas,
carros, escolas, bares e restaurantes, hotéis, postos de
combustíveis, etc., além de uma população que valoriza
a terra natal.
Mas será que esse é o tipo de civismo que realmente
estamos precisando? Será apenas cantar hinos (que é co-
nhecido e cantado corretamente por pequena parcela da
população), ver desfile militar, torcer pelo país nas com-
petições onde atletas brasileiros estão competindo. Será
isso civismo?
Vale lembrar que, até meados da década dos 80, ti-
nham na grade curricular disciplinas como Educação
Moral e Cívica ou Organização Social e Política Brasi-
leira, cujo objetivo era promover o conhecimento e senti-
mento de patriotismo nos alunos desde tenra idade.
Hoje “o ensino fundamental deveria trabalhar nas
crianças os valores de cidadania, que são cruciais para
uma boa atuação em sociedade e para criar laços de amor
pela nossa pátria”, argumenta Dimov 2007.
Na tentativa de mudar essa desvalorização cívica e
motivar a população a ter mais paixão pelo país, a partir
de 22 de setembro de 2009, as escolas de ensino funda-
mental são obrigadas a realizar o momento cívico, com
a execução do hino nacional do Brasil, por, no mínimo,
uma vez na semana.
Cidadania, civismo e civilidade fazem parte do mesmo
processo inerente à vida em sociedade. São conceitos ver-
dadeiros de padrões sociais. Cantar o hino nacional, mas
não ter ideia do seu significado, só por só, não é ato cívico.
O civismo pode e deve ser demonstrado em todo e
qualquer ato, prestado por todo brasileiro, em que se bus-
que o bem comum, não necessita, primordialmente, ter
um grande alcance como torcer pelo Brasil em um jogo;
basta o ato trazer o bem comum não só para si.
É a manifestação de amor pela pátria, pelo país em
que se nasceu e se vive uma atitude ativa, consciente e
construtiva do cidadão no seio da comunidade. Refere-
-se mais especificamente as atitudes e comportamentos,
atitudes que no dia-a-dia manifestam diferentes cidadãos
na defesa de certos valores e práticas assumidas como
fundamentais para vida coletiva, visando preservar a sua
harmonia e melhorar o bem estar de todos.
Não se restringe apenas ao amor à pátria, é claro que
esse é o mais importante, mais um ato cívico, se conside-
ra também o respeito pelo próximo, respeito no trânsito,
respeito pelas leis de seu país. É saber viver bem em so-
ciedade, entre diversos outros.
A nação brasileira é composta por uma grande varie-
dade de pessoas, de diversas etnias, cores e religiões. O
país é conhecido lá fora como um lugar acolhedor, onde
seu povo é caloroso e alegre, apesar de todas as dificulda-
des que enfrentam rotineiramente.
O que nós brasileiros sabemos é que o nosso Brasil pre-
cisa ainda de muitas mudanças para se tornar um país me-
lhor, sem tantas injustiças. Para que essas transformações
ocorram é necessária à ajuda e colaboração de seu povo.
O sentimento de patriotismo é demais importante, di-
ria até que é imprescindível. Pois, esse deve ser o primei-
ro passo para motivar nosso povo a querer lutar por essa
nação, a fazer com que as pessoas descruzem os braços e
arregacem as mangas para construir um país melhor. Onde
haja emprego para todos, crianças com saúde e alfabetiza-
das, onde os hospitais públicos estejam sempre em ótimas
condições, possibilitando um tratamento decente aos ado-
entados, onde os pais possam sair às ruas com seus filhos
tranquilamente a qualquer hora do dia sem medo ou receio
que apareça um bandido de repente para lhes fazer algum
mal. E, finalmente, para que deem poder a um líder, com
competência e honestidade suficiente para tomar frente
dessa luta e promover um presente e um futuro melhor
para essa nação que tem tudo para servir de exemplo a
todas as outras.
Cida Lopes
• Gestora/Produtora de Eventos/Docente – MBA em
Hospitalidade •
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