CityPenha Fevereiro 2015 - page 16

Fevereiro / 2015 - nº 93
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lhos em grupo?", "Por quemeu filho tem tanta coisa para
estudar?", "Por que eles precisam de tantos livros didá-
ticos?". Questões como essas são de interesse coletivo,
portanto podem perfeitamente ser levadas para as reuni-
ões de pais. O calendário anual, as excursões e as viagens
e os materiais solicitados ao longo do ano também são
assunto nos encontros. "A reunião de pais e mestres não
visa o individual, mas sim o coletivo", diz Fernanda Flo-
res, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, em São
Paulo. Portanto, as informações que serão trocadas entre
todos os presentes devem ser de interesse geral, evitando
prolongar demais a duração da reunião. "O pai que sen-
te que o filho tem alguma dificuldade ou particularidade
que mereça ser discutida deve fazer isso em um horário
reservado", completa Flores. Assim, para que o encontro
se tornemais proveitoso, é interessante que os pais levem
questões que poderão ser abordadas naquele momento,
beneficiando a todos.
4. Conhecer seufilho sob outros pontos de vista
O comportamentode seufilhopode ser assuntona reu-
niãodepaiseé importanteficaratentoaessasobservações,
já que a postura da criança pode definir o seu aprendizado
e, claro, sua maneira de se relacionar com os professores
e coleguinhas. É importante lembrar que nem sempre o
comportamentoda criança éomesmona escola e em casa,
o que, muitas vezes, pode gerar diferentes impressões so-
breela (emcasa, elaéextrovertidae falante,masnaescola
tende a se fechar e a apresentar timidez; ou é irrequieta
na escola, desobediente, enquanto no ambiente domésti-
co não apresenta tais sinais). Se os pais reconhecem essas
diferenças, podem também buscar entender por que elas
acontecem (falta de interesse na aula? Insegurança? Bai-
xa autoestima? Distúrbio de atenção?Agitação demais?).
Ou seja: conversando com os professores e outros pais, é
possível perceber como ofilho é visto pelas pessoas que o
cercam e, assim, tentar ajudá-lo.
5. Firmar parceria com a escola
Para a especialista Isa Stoeber, existe hoje uma confu-
sãoacercados limitespedagógicos eeducacionais. Por um
lado, a escola achaqueos pais estãodelegandoobrigações
demais para a instituição (ensinar, educar, formar caráter);
por outro, os pais reclamam que a escola não cumpre seu
papel como deveria. O que muitos não percebem é que a
relação deve ser de parceria e de cumplicidade, e as reu-
niões de pais e mestres têm a função de mostrar que isso
é possível, chamando os pais para participarem e dividi-
rem responsabilidades, lembrandoquea formaçãoemcasa
complementa a da escola e vice-versa. É função dos pais
dar bons exemplos, estimular a criança a ler,mostrar a im-
portância de ela cumprir com seus compromissos, entre
muitas outras. "Os professores devem aproveitar as reuni-
ões para explicar às famílias como elas podem estimular
as crianças, ajudá-las nas pesquisas, com o dever de casa,
mas sem, é claro, assumir completamente essas tarefas",
esclarece Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da
EscoladaVila, deSãoPaulo.Trabalhar emparceria - com
cada um desempenhando o seu papel - é, ainda, essencial
para a criança se sentir amparada e assistida.
6. Entender as crises da idade
Infância, pré-adolescência, adolescência...As fases do
crescimento sãomuitas e cada uma possui suas particula-
ridades.Aescola e os pais precisam estar preparados para
lidar com as questões que certamente irão surgir, enfren-
tando-as com naturalidade e respeito. Nas reuniões, pode
ser discutido: o que é típicodessa faixa etária?Como agi-
mos?Um exemplo: deve-se permitir ounãoonamoronas
dependências da escola?Sãoquestionamentos que podem
ser levados para esses encontros, com contribuições para
a escola e as famílias em geral.
7. Conhecer para poder ajudar
Muitas escolas, percebendo a dificuldade das famí-
lias para lidarem com certos comportamentos dos filhos
típicos da idade, aproveitam as reuniões de pais para pro-
mover palestras esclarecedoras. Com isso, apresençanes-
ses eventos se torna ainda mais imprescindível. Quando
se tem conhecimento, se consegue ajudar de forma mais
eficiente. Uma palestra bastante ministrada nas escolas é
sobre sexualidade. A intenção é mostrar para as famílias
o quanto é fundamental tratar o tema com naturalidade,
procurando sempre conversar com os filhos emanter uma
relação de proximidade, amizade e cumplicidade. "A es-
cola é um espaço capaz de abrir esses canais de debate
e entendimento", acredita a professoraCarmemGalluzzi.
8.Mais confiança para todos
Como você deve ter percebido, participar das reuni-
ões de pais emestres émuito importante para aproximar
família e escola. E estas têmde se respeitarmutuamente.
Se os pais criam uma relação de competitividade com a
escola, alimentando o costume de falar mal dos profes-
sores, da organização do local e das mensalidades, por
exemplo, é possível que a criança também passe a des-
respeitar a instituição, o que pode prejudicar seu desen-
volvimento escolar. A proximidade e a confiança entre
escola e família, quando transmitidas aos alunos, fazem
com que eles se sintammais seguros, aprendammais e
se relacionemmelhor.
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