CityPenha Fevereiro 2015 - page 19

Fevereiro / 2015 - nº 93
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guir o mesmo rumo da lei sobre o cigarro e a do cinto
de segurança. Imaginar hoje em dia que há pouco tempo
era comum cruzar com pessoas fumando em shoppings
e lanchonetes é chocante. Noutras décadas era também
habitual muitos motoristas ignorarem o uso do cinto de
seguranças nos veículos e transportarem crianças no ban-
co da frente.A ideia da cadeirinha no assento traseiro era
algo impensável. Com a participação, incentivo e fiscali-
zaçãomais acentuada dopoder públicohouve umamobi-
lização por parte da sociedade nesse sentido. "Se a nova
medida trouxer conscientização, além da obrigação com
a implantação de multas, é bem provável que a recicla-
gem através das 'sacolas verdes' seja adquirida em nossa
cultura, assim como aconteceu como cigarro e o cintode
segurança. Apenas multar sem conscientizar não funcio-
na", diz o estudante.
Atualmente o futuro publicitário não faz a separação
do lixo reciclável em sua casa.A justificativa está nas in-
formações desencontradas e também na deficiência dos
serviços de coleta seletiva, que, segundo ele, não acon-
tece na rua onde mora com os pais e a irmã, no bairro
de Cangaíba, Zona Leste da cidade. "Eu não separoma-
teriais recicláveis, mas com a nova medida essa questão
será levada em consideração, tanto pela facilidade com
que terei acessoàspolíticasde sustentabilidade [coleta se-
letiva] quanto pela obrigação imposta. Apenalidade aos
infratores éválida sehouver uma educação, paraque essa
medida seja adquirida na nossa cultura, e se tivermos
meios de executá-la. Éprecisoqueo caminhãode coleta
passeem todasas ruasehajaumafiscalizaçãoeficiente",
comenta o futuro publicitário.
BoscoCarvalho, 62, jornalista, publicitário e diretor
das revistas ecoLÓGICA, Fator Crea-DF e Perspectiva
(CAU-GO), editadaspelaQIEmpresarial, acreditanuma
relutância por parte da população para aderir às novas
normaspropostaspelaprefeitura,mas ressaltaqueéuma
iniciativa importante e que deve fazer escola em demais
cidades. "Com certeza algumas resistências e críticas à
implantação irão ocorrer, já que as pessoas geralmen-
te resistem àsmudanças de hábitos. Mas entendo como
uma medida necessária e um excelente exemplo a ser
seguido por outras prefeituras, já que grande parte de-
las não conseguiunemmesmo extinguir os famigerados
lixões", diz Bosco, que crê no poder de transformação
dessa inciativa, que, atreladaaos recursos tecnológicos e
da internet, pode estimular a consciência sustentável nas
pessoas. "A consciência ecológica é um processo lon-
go, pois a humanidade sempre se viu como o ápice da
criação e não como parte de um sistema onde tudo está
interconectado. A internet pode ser um estímulo a esse
'sentimento' de unidade, já que possibilita uma comu-
nicação praticamente instantânea entre todas as pessoas
online, independentede localizaçãoeatéde linguagem",
explica o jornalista.
Entre as diversas vantagens em realizar a coleta sele-
tiva dos materiais recicláveis estão a redução do consumo
de energia, diminuição da exploração do solo, água e ar,
melhora a limpeza da cidade, possibilita a reciclagem de
materiais que iriam para o lixo, diminui o desperdício, cria
oportunidade de fortalecer organizações comunitárias, etc.
KleibFadel, 53, diretor executivodaFadelEngenhariaAm-
biental, enfatiza que a implantação das sacolas verdes tem
papel fundamental para a cidade, principalmente para os
aterros e tambémparaaágua. "É importanteamedida, uma
vezque temosdeusarmateriaisbiodegradáveis epromover
aomáximo a reciclagemdemateriais, para não comprome-
termosmais ainda nossos aterrosmunicipais emelhorar as
condições dos aquíferos [espaços naturais subterrâneos que
armazenamágua] tanto superficiais como subterrâneo", diz.
A coleta do lixo reciclável é realizada em dias dife-
rentes aos da coleta convencional, do lixo comum, e varia
de acordo com cada região. Algumas residências recebe-
ram um informativo impresso enviado pela prefeitura in-
formando o dia da semana que acontece a coleta seletiva.
No sitedaprefeitura [
épossível
consultar através doCEP e/ou o nome da rua. Há também
os telefones 156 e (11) 3397-1723 para a consulta dos
munícipes. Os moradores de regiões não atendidas pelo
sistema de coleta seletiva não podem ser penalizados com
advertência oumultas.
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