CityPenha março 2014 - page 20

Março / 2014 - nº 82
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Ondas do rádio vão além da
prestação de serviço
Marcado pela incontestável prestação de serviço,
o rádio é companheiro e tem ação direta na vida
dos ouvintes, que não buscam apenas notícia
D
estaque
por Arilton Batista
A comunicação está cada vez mais voraz. E o avanço
tecnológico é a engrenagem desse processo. Dia após dia
surge uma nova ferramenta que permite a interação entre
pessoas e o acesso à informação. A tecnologia é uma ten-
dência. É útil e sempre será. Com o progresso dela, porém,
surgem algumas teorias sobre o fim de alguns meios de co-
municação, tidos como ultrapassados para a nova geração.
Ouviu-se, nos últimos anos, que o rádio acabaria. Isso não
aconteceu e está muito longe de ocorrer, tendo em vista a
velocidade com que ele funciona, a eficácia na prestação
de serviço e a fidelidade que os ouvintes possuem com os
programas, com as emissoras e locutores. Além de levar
informação, pura e direta, o rádio tem o poder de entrar
na casa das pessoas – como dizem alguns profissionais –,
lhes servindo de companhia, dando conforto e, muitas ve-
zes, sendo até integrante da família.
“Ai de nós, porteiros de todo Brasil, se não fosse a
Nativa”. Esse é o trecho final de uma carta destinada ao
locutor Jones Mendes, que apresenta o programa Coração
Sertanejo na Nativa FM (95.3). É uma ilustração de como
os profissionais de rádio e as próprias emissoras têm a ca-
pacidade de confortar as pessoas dentro de suas casas, no
trânsito e no local de trabalho. E para encurtar esse laço
com o ouvinte não existe segredo ou fórmula pré-estabe-
lecida. Leandro Senne é apresentador da Nativa FM nos
fins de semana e na cobertura de férias e folgas, estando
à frente, na maioria das vezes, dos programas Hora Mais
Peão Nativa, Companhia de Amigos e Paixão Nativa. Para
ele, apesar de não haver regra para o sucesso, existem três
fatores que, juntos, devem conquistar a lealdade dos ou-
vintes. “É preciso um programa que agrade o ouvinte, que
tenha interesse da emissora e que traga prazer para quem
está apresentando. Se você tirar um desses três pontos,
acho difícil que tenha sucesso”, comenta.
Leandro conta que antes mesmo de começar a atuar
em rádio ele já pensava em trabalhar na Nativa FM. Na
época ele se encantou, sobretudo, com a apresentadora
Hebe Camargo, que pertencia ao time de vozes da Nativa.
Ele se matriculou na faculdade de comunicação social e
conseguiu estágio no departamento de promoção da rádio.
Em seguida assumiu posições de assistente de produção,
produtor e chegou a fazer alguns flashs externos, até al-
cançar o cargo de locutor apresentador. “Eu não queria tra-
balhar em rádio, eu queria a Nativa. Eu escolhi essa rádio.
Sempre que chegava das ações de rua, quando ainda fazia
estágio, eu pensava: ‘um dia eu vou sentar nessa cadeira’”,
relembra o radialista. Sua trajetória pela Nativa conta com
histórias curiosas e que reforçam a ideia de que o rádio
realmente pode influenciar no cotidiano das pessoas.
O mais curioso dos casos vividos por ele é sobre uma
ouvinte, hoje com aproximadamente 40 anos, que estava
passando por uma instabilidade no casamento e se apegou
tanto ao Leandro que pensou em romper com o marido
para ficar com o locutor, sem nem mesmo conhecê-lo pes-
soalmente. “Todo dia ela mandava uma mensagem dife-
rente. Pensei que devia conversar com ela. Daí eu liguei
e falei ‘calma, não é bem assim a situação. Que bom que
você gosta do programa, mas vamos estabelecer um li-
mite. Tente conversar com o seu marido e resolver essa
situação entre vocês’”, conta Senne, que garante ter so-
Leandro Senne, um dos locutores da Nativa FM
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